quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

É sempre o mesmo papo!

Galera! Toda vez que se fala em comer menos carboidratos e mais gorduras e algumas vezes mais proteínas, sempre surge o mesmo papo:
- Esse tipo de dieta vai trazer prejuízos para a saúde!

E o pior de tudo que as pessoas que dizem isso são muitas vezes os profissionais da saúde. E na grande maioria das vezes dizem isso na mídia e são "vistos e ouvidos" por milhares de pessoas.

No site de globo.com você pode encontrar informações como essas! Veja aqui e aqui.

O Dr. José Carlos Souto publicou no dia de ontem um texto sobre dietas lowcarb e a saúde do fígado. Nesse texto ele explica que foi até o Pubmed [link aqui] que é o maior banco de dados sobre trabalhos científicos na área da saúde. Lá fez uma grande pesquisa e não encontrou nenhum trabalho que tenha concluído que uma dieta com pouco carboidrato e mais gordura e/ou proteína possa prejuízos ao fígado!

Pelo contrario se fosse quiser ter um fígado saudável deve comer menos carboidratos e mais gordura natural dos alimentos [carnes, ovos, azeite de oliva e óleo de coco] e evitar os óleos produzidos com sementes como óleo de soja e milho.

Eu poderia reproduzir muitas partes do texto do Dr. Souto, mas isso não faz sentido quando é possível ler um texto bem escrito sobre o tema e que apresenta uma fundamentação em Ciência Baseada em Evidências extremamente forte.

Então! Meu recado de hoje é que vocês deve ler o esse no link abaixo:
http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/2013/12/o-figado.html

Abraços...
Carlinhos...

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Postagem de Natal

Com as festas de final de ano pode surgir a preocupação de como comer e manter a linha lowcarb.

Para ajudar nessa questão vou indicar a leitura da última postagem do blog da Polyana Freitas, www.nutridaspanelas.blogspot.com.br.

Lá vocês vão encontrar uma grande idéia para a ceia de natal e com certeza ela deve postar algo para o dia 31.



Desejo um Feliz Natal e um Grande Ano Nova para todos.
Carlinhos

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Dieta Lowcarb e a Ciência Baseada em Evidência



Seguidamente vocês leem nas minhas postagens a expressão Ciência Baseada em Evidência [quer saber mais clique aqui].

Quando leio ou escuto médicos e outros profissionais falando sobre uma dieta com pouco carboidrato e mais gordura, é sempre o mesmo papo:
- Essa dieta pode até reduzir seu peso, mas não tem embasamento cientifico e pode te trazer prejuízos para a saúde.

Se vocês pedirem para esses profissionais da saúde mostrarem os trabalhos científicos que comprovam essas afirmações, sabem o que vai acontecer? Eles não vão conseguir sustentar suas afirmações.

Quando digo que a dieta lowcarb é uma alternativa efetiva para emagrecimento e saúde faço isso baseado em ciência. 

Hoje vou indicar um link com cerca de 80 trabalhos científicos sobre dieta lowcarb! Nesse link vocês vão encontrar um arquivo PDF com um resumo desses 80 trabalhos. Se vocês quiserem podem procurar pelo nome do autor, revista e ano de publicação mais informações sobre cada um dos trabalhos no seguinte link.

Abraços
Carlinhos

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Colesterol!

Se perguntarmos para maioria dos médicos qual deve ser o valor do LDL (colesterol ruim), vamos receber a seguinte informação:
- Deve ser menor do que 100-130mg/DL, dessa forma seu risco para doenças cardiovasculares será menor.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia, recentemente, recomendou que o valor máximo do LDL deveria ser de no máximo 70 mg/dl (veja aqui).

Bem isso é verdadeiro! Por que um estudo publicado em 2009 (1), que avaliou o nível de colesterol LDL dos pacientes hospitalizados entre o ano 2000 e 2006 em 541 hospitais americanos, totalizando quase 232 mil hospitalizações por doenças cardiovasculares, demonstrou que quase 50% dos pacientes tinham LDL <100mg/DL. Mostrou também que 18% dos pacientes tinham LDL <70mg/DL.

Se você quer entender melhor essa fixação dos médicos por reduzir o colesterol LDL e em combater as dietas com redução dos carboidratos e aumento das gorduras, leia o texto escrito pelo Dr. José Carlos Souto chamado O martelo e o prego.

Abraços
Carlinhos


Referência:
1.http://epadruginitiative.com/files/Get_With_The_Guidelines_2009.pdf



segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Alimentação de Crianças e Adolescentes

Como pai não faria o menor sentido escrever um blog sobre treinamento e alimentação, e não escrever sobre esses temas relacionados com as crianças. Na postagem anterior escrevi sobre minha preocupação com a alimentação das crianças. Resolvi ir um puco mais fundo nesse tema.

As recomendações nutricionais do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde [1] para crianças em idade pré-escolar são:
  1. Procure oferecer alimentos de diferentes grupos, distribuindo-os em pelo menos três refeições e dois lanches por dia.
  2. Inclua diariamente alimentos como cereais (arroz, milho), tubérculos (batatas), raízes (mandioca/macaxeira/ aipim), pães e massas, distribuindo esses alimentos nas 
  3. refeições e lanches ao longo do dia.
  4. Procure oferecer diariamente legumes e verduras como parte das refeições da criança. As frutas podem ser  distribuídas nas refeições, sobremesas e lanches.
  5. Ofereça feijão com arroz todos os dias, ou no mínimo  cinco vezes por semana.
  6. Ofereça diariamente leite e derivados, como queijo e  iogurte, nos lanches, e carnes, aves, peixes ou ovos na  refeição principal.
  7. Alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados; prefira alimentos assados, grelhados ou cozidos. 
  8. Evite oferecer refrigerantes e sucos industrializados, balas, bombons, biscoitos doces e recheados, salgadinhos e outras guloseimas no dia a dia.
  9. Diminua a quantidade de sal na comida.
  10. Estimule a criança a beber bastante água e sucos naturais de frutas durante o dia, de preferência nos intervalos das refeições, para manter a hidratação e a saúde do corpo.
Para os adolescentes as recomendações nutricionais [1] são:
  1. Realizar 5 a 6 refeições diárias (café-da-manhã, almoço e jantar, e lanches nos intervalos).
  2. Preferir proteínas de alto valor biológico (carnes, ovos, leite e derivados).
  3. Estimular o consumo de peixes marinhos duas vezes por semana.
  4. Evitar açúcares simples, dando preferência aos complexos 
  5. (ricos em fibras).
  6. Evitar gorduras saturadas e colesterol (menos de 2% de gorduras trans).
  7. Controlar a ingestão de sal (menos de 6g/dia).
  8. Evitar refrigerantes.
  9. Ingerir frutas, verduras e legumes (mais de cinco porções/dia).
  10. Evitar trocas de refeições por lanches
O mesmo documento [1] mostra um quadro sobre o número de porções recomendadas de cada tipo de alimentos para cada faixa etária.



No paradigma dominante da saúde e da nutrição todas essas recomendações parecem coerentes e difíceis de serem questionadas. Concordo que refrigerantes e açúcar devem ser evitados, assim como os sucos e bebidas lácteas industrializadas, veja aqui por quê. 

Mas o conceito de que gordura é prejudicial para a saúde e o saudável é uma ingestão de até 9 porções de carboidratos [preferencialmente integrais] não é sustentado quando fazemos uma abordagem evolutiva usando a ciência baseada em evidência para determinar quais as informações são as "mais verdadeiras".

Os equívocos científicos que levaram  a associação entre gordura e riscos a saúde podem ser vistos em Alimentação III e os trabalhos científicos [que geram evidências de grande valor] que mostram não haver relação entre a ingestão de gordura e prejuízos para a saúde pode ser visto em Alimentação IV.

As informações científicas que demonstram não haver relação entre ingestão de gordura total e gordura saturada com doenças cardiovasculares são cada vez maiores [2, 3, 4, 5 e 6]. Um bom resumo dessas informações pode ser visto em um documentário da TV Australiana, que foi realizado em dois episódios [veja a parte 1 aqui e a 2 aqui].

Outra questão importante é a preocupação com a ingestão elevada de proteínas. Mas como no caso da ingestão de gordura a ciência já demonstrou que uma dieta rica em proteínas não aumenta os riscos de osteoporose [7] ou de problemas renais [8,9,10,11,12].

Todas as informações citadas anteriormente são de trabalhos científicos feitos com adultos, infelizmente não temos muitos trabalhos feitos com crianças, vamos dois...

Este primeiro estudo [13] foi realizado para avaliar o modo como as dietas com baixa quantidade de carboidrato afetam os macronutrientes e sua relação com à saúde. Foram avaliadas 5.194 jovens entre 12 a 18 anos de idade. Os dados dietéticos foram coletados através de um questionário de freqüência alimentar. Dietas pobres em carboidratos com redução na ingestão de legumes e frutas, um maior consumo de carne e gorduras,  menor ingestão de vitamina C e fibras. A dieta pobre em carboidratos também foi associada com tabagismo e uso de álcool. Os autores concluíram que dietas de baixo carboidrato podem ter um impacto negativo sobre a saúde a curto e longo prazo.

Lendo os resultados e conclusões do estudo citado, em um primeiro momento podemos pensar que dietas com menos carboidratos e mais gorduras são ruins para crianças e adolescentes. Porém é vital considerarmos que o trabalho citado é um estudo observacional e seus resultados somente podem mostrar correlação e não causa e efeito [leia mais sobre isso em ciência baseada em evidência]. No máximo esse trabalho pode gerar a formulação de hipóteses que necessitam serem testadas com trabalhos experimentais [leia mais sobre isso em ciência baseada em evidência].

Quando a dieta de baixo teor de carboidratos foi avaliada através de um estudo experimental [14] não foi possível determinar que essa fosse prejudicial. O estudo [14] teve o objetivo de comparar os efeitos de uma dieta pobre em carboidratos [LC] com os de uma dieta com baixo teor de gordura [LF] na perda de peso e perfil lipídico em adolescentes com excesso de peso e teve duração de 12 semanas. O grupo de estudo LC [16 jovens] foi instruído a consumir < 40 g de carboidratos por dia e comer alimentos de acordo com a fome. O grupo controle LF [14 jovens] foi instruído a consumir < 30% da energia em gordura. A composição da dieta e peso foram monitorados e registrados a cada 2 semanas. Perfis de lípidos obtidos no início do estudo e ao fim de 12 semanas. O grupo LC perdeu mais peso [média de 10 kg vs 4 kg] e não foram observados efeitos adversos sobre o perfil lipídico dos participantes em ambos os grupos. os autores concluíram que uma dieta LC parece ser um método eficaz para a perda de peso a curto prazo em adolescentes com excesso de peso e não prejudica o perfil lipídico.

O conceito que gordura é causa dos problemas cardiovasculares esta, ainda, tão fixo na mente dos médicos e profissionais da saúde que quando são realizados estudos observacionais sobre o tema, a variável escolhida para ser medida sempre é a ingestão de gordura e não a ingestão de carboidratos e alimentos industrializados. Foi isso que aconteceu em 1998 em um estudo [15] chamado Bogalusa Heart Study que relacionou a ingestão de gordura total e gordura saturada com obesidade infantil e aumento do risco de aterosclerose.

Por essa abordagem equivocada de não avaliar os efeitos da ingestão excessiva de carboidratos sobre os riscos cardiovasculares é que as pessoas recebem as recomendações de ingerir mais carboidratos e menos gordura. Infelizmente isso faz com que a grande maioria dos pais alimentem seus filhos de uma forma que pode levá-los a ter problemas de saúde.

Quero escrever mais sobre esse tema, pois acredito ser de vital importância.

Abraços...Carlinhos


Referências:
  1. ftp://ftp.medicina.ufmg.br/observaped/cartilhas/Cartilha_Orientacao_Nutricional_12_03_13.pdf
  2. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=377969
  3. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=202339
  4. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1200303
  5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11282859
  6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Meta-analysis+of+prospective+cohort+studies+evaluating+the+association+of+saturated+fat+with+cardiovascular+disease
  7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16718399
  8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1262767/pdf/1743-7075-2-25.pdf
  9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10578207
  10. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2631482/pdf/1550-2783-6-3.pdf
  11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20338292
  12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3023677/pdf/1475-2891-9-72.pdf
  13. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16256764
  14. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12640371
  15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9860370

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Sou um bom pai?


As vezes após pegar minha minha filha e meu filho na escolinha os levo para pracinha que fica em frente. Lá brincam com os coleguinhas e outras crianças. Nos dias de calor os carrinhos de pipocas e picolé são presenças confirmadas. Percebo que todos os dias (que eu vou na praça) os pais compram picolés para as crianças, crianças de diferentes idades.

Fico pensando se eu sou um pai ruim!? Pois todos os dias na praça explico meus filhos quais são os problemas da ingestão desse tipo "alimentos" e não compro! Enquanto os outros pais fazem a "alegria de seus filhos" comprando um Chicabom.

Apesar do que muitas pessoas pensam, uma dieta LCHF (pouco carboidrato e mais gordura) é bastante benéfica para as crianças. Isso acontece pois todos os benefícios fornecidos por esse tipo de alimentação para os adultos também serão aproveitados pelas crianças.

A obesidade infantil já um problema real no Brasil e no mundo, e as causas são as mesmas que as da obesidade em adultos e adolescentes. Excesso de carboidratos e alimentos industrializados.

Ainda bem que uma série de profissionais da saúde já se deram conta disso e passaram a recomendar uma dieta LCFH também para as crianças, um exemplo é o Dr Brad Hoopingarner que tem um blog sobre o tema.

A questão importante é que os pais não recebem as informações corretas sobre alimentação e dessa forma são levados a cometer erros em sua alimentação e também na dos filhos.

Mas não é possível cobrar somente dos pais o conhecimento sobre como alimentar seus filhos. Isso porque a maioria dos nutricionistas das escolinhas ainda estão regendo suas atitudes profissionais no paradigma equivocado de que gordura é ruim e os carboidratos integrais são saudáveis.

Espero que esses profissionais da saúde logo busquem através do conhecimento científico as informações corretas sobre alimentação.

 Abraços...Carlinhos

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Mais refeições por dia fazem seu metabolismo aumentar?

No dia 28/10/13 coloquei um postagem [veja aqui] que tinha como título "Jejum é bom ou ruim?". Mencionei que ela seria o inicio de uma série de postagens sobre esse tema, dessa forma aqui está a segunda!

Sempre que se fala em número de refeições e jejum, principalmente em relação a perda de gordura corporal, uma questão que vem a tona é:

Se você comer mais vezes por dia, seu metabolismo e o gasto calórico diário iram aumentar e favorecer o emagrecimento. Você pode ver afirmações como essas aqui, aqui e aqui.

Bem! Como de hábito, vamos analisar esse tema considerando duas coisas:
  • Evolução 
  • Ciência
Quantas refeições nosso ancestral caçador coletor [ACC] fazia por dia? Com certeza nosso ancestral não fazia 5 ou 6 refeições por dia, principalmente devido a disponibilidade de alimentos. A analise de comunidades de caçadores coletores, atuais e do passado, mostram que normalmente eles faziam uma grande refeição a tarde ou a noite e algumas vezes ingeriam pequenas quantidades de alimentos no período da manhã [referência]. E sabemos, como já citei diversas vezes aqui no blog, que nosso ACC não era obeso, não tinha sobrepeso ou doenças degenerativas.

Então, porque é recomendado por médicos e nutricionistas que façamos 6 refeições por dia? Bem acredito que essa reposta deva iniciar considerando o contexto predominante em nutrição. No paradigma atual todas as recomendações sobre nutrição são feitas em um contexto que considera:
  • Gordura como um alimento ruim.
  • Gordura como o alimento que mais engorda, devido a quantidade de caloiras.
  • Que o importante para emagrecer é o balanço energético negativo [comer menos calorias do que se gasta].
  • Que os carboidratos integrais não tem capacidade de engordar pois possuem menos calorias do que a gordura.
Porém sabemos que esse contexto possui equívocos, que podem ser vistos aqui, aqui, e aqui. A recomendação de mais refeições por dia parece óbvia em um contexto onde o importante para emagrecer é quantidade calórica e um grande balanço energético negativo. Dessa forma nosso metabolismo será mais alto e mais calorias gastaremos por dia, aumentando nossas chances de emagrecer.

Façamos o seguinte! Vamos considerar que o contexto anterior fosse verdadeiro, que não é, será que comer 6 vezes por dia aumenta mesmo nosso metabolismo? Essa questão envolve os seguintes pontos: Termogênese induzida pela dieta, taxa metabólica de repouso e gasto calórico total.

Termogênese Induzida pela Dieta

Também conhecida como efeito térmico dos alimentos. Pode ser definida como a energia [calorias] que o organismo gasta para fazer a digestão dos alimentos. 

Um trabalho [1] que investigou o efeito do número de refeições sobre o efeito térmico do alimentos em mulheres obesas demonstrou que independente da composição das refeições em uma dieta de 1200 calorias por dia, a alteração no número de refeições diárias não demonstrou nenhum efeito sobre a termogênese induzida pela dieta.

Outro trabalho [2] que analisou mulheres com peso normal e a influência do número de refeições sobre o efeito térmico dos alimentos, demonstrou que a ingestão de uma refeição gerava maior efeito térmico do que um número maior de refeições. O mesmo tipo de resultado foi obtido em um estudo com crianças obesas com cerca de 12 anos de idade [3].

Um estudo experimental como mulheres com peso normal que consumiam as mesma quantidade calórica e forma distribuídas em dois grupos, um fazendo 3 refeições por dia [café, almoço e janta] e outro fazendo duas refeições por dia [almoço e janta], não demonstrou nenhuma diferença sobre o efeito térmico gerado pela variação do número de refeições [4].

Taxa Metabólica em Repouso e Gasto EnergéticoTotal

Essas duas variáveis tem influência sobre a quantidade de energia [calorias] que gastamos no decorrer de um dia. Considerando o contexto onde é necessário gastar mais calorias do que ingerimos para emagrecer, se o número de refeições gerar aumentos em uma ou em ambas, poderia dessa forma favorecer o emagrecimento.

O método mais indicado para mensuração do gasto energético e metabolismo em repouso é a calorimetria indireta. Nesta metodologia pode ser estimado o tipo e a taxa de utilização do substrato [tipos de alimentos] e também o metabolismo energético através da medições das trocas gasosas [5]. Esta técnica proporciona informações únicas, não é invasiva e pode ser vantajosamente quando combinada com outros métodos experimentais para investigar diferentes aspectos da assimilação de nutrientes, a termogênese, a energética do exercício físico, e a patogênese de doenças metabólicas [5].




Quando analisamos trabalhos que usaram essa técnica de investigação para avaliar a influência do número de refeições sobre a taxa metabólica em repouso e o gasto energético total, veremos que o aumento do número de refeições não eleva a taxa metabólica de repouso e/ou gasto energético total.

Um [6] dos trabalhos avaliou que alterações seriam geradas quando fossem realizadas 2 ou 7 refeições por dia. Participaram do estudo 32 pessoas com peso normal [2 homens e 7 mulheres]. Os resultados não demonstraram nenhum aumento da taxa metabólica de repouso.

O gasto de energia durante um período de 24 horas de 14 mulheres entre 20 e 58 anos com sobre peso ou obesidade, foi avaliado por um estudo [7] que investigou a influência da ingestão de 2 ou até 7 refeições por dia. Os resultados demonstraram que não houve nenhuma diferença entre os dois grupos [2 ou 7 refeições por dia].

Vinte e seis mulheres com sobre peso foram dividas em dois grupos, um grupo comparou a ingestão de 6 refeições versus 2 refeições por dia e outro grupo comparou a ingestão de 6 refeições versus 4 refeições por dia. A variação do número de refeições foi realizada para investigar que tipo de mudanças ocorreriam no gasto total de energia. Os resultados não demonstraram nenhuma diferença significativa [8].

Um trabalho realizado em 1993 [9] com 10 homens adultos com peso normal ou com sobre peso ou até mesmo obesidade, avaliou a influência da variação do número de refeições sobre a média da taxa metabólica diária e sobre o gasto energético total durante 24 horas. O grupo de 10 homens ingeriu durante uma semana 2 refeições por dia e depois por mais uma semana ingeriu 7 refeições por dia. A comparação das duas variáveis em cada uma das semanas não demonstrou nenhuma alteração significativa.  

Considerando as dados apresentados podemos dizer que um grande número de refeições por dia não parece ter nenhum efeito sobre a termogênese gerada pelos alimentos, sobre o metabolismo em repouso e tão pouco sobre o gasto calórico total. Essas informações não sustentam as recomendações oficiais [veja aqui] de que devemos fazer 5-6 refeições.

Por hoje é isso pessoal...em breve mais informações sobre esse tema...abraços...

Carlinhos...

Referências

domingo, 10 de novembro de 2013

Reorganização de algumas idéias

Olá Pessoal!

Após algum tempo de blog, resolvi fazer uma reorganização em algumas postagens!

Criei um menu chamado Condicionamento Físico & Saúde. Neste menu [que fica a direita, abaixo do espaço para onde você pode registrar seu e-mail para ser avisado de novas postagens] coloquei uma série postagens que foram organizadas nos seguintes temas:

  • Introdução
  • Abordagem Evolutiva
  • Ciência Baseada em Evidências
  • Busca Lógica da Verdade
  • Alunos Responsáveis
  • Ambiente em que Evoluímos
  • Alimentação Introdução 
  • Alimentação I até V
  • Treinamento Físico Introdução
  • Treinamento Físico I até V

Minha intenção com essa organização é facilitar aos leitores a exposição das minhas idéias e dessa forma facilitar a transmissão de conhecimentos que acredito serem vitais para que um estilo de vida saudável possa ser atingido.

Grande parte dos temas abordados em no menu Condicionamento Físico & Saúde são postagem já publicadas e que foram reorganizadas. Porém o tema "Alunos Responsáveis" e "Alimentação V"
[que descreve o que devemos comer em detalhes] são abordados pela primeira vez na blog.

Espero que todos aproveitem essa reorganização das informações!

Abraços! Carlinhos...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A melhor coisa que fiz pela minha família e por meus amigos - Parte II

Oi galera!!!

Hoje mostro para vocês a segunda parte do documentário da TV Australiana...
Este episódio fala sobre o "colesterol"...assistam...dúvidas...escrevam aqui no blog ou para o Dr. Souto..autor da tradução para o português...

Vídeo no link...abaixo...

http://www.lowcarb-paleo.blogspot.com.br/2013/11/colesterol-ix-documentario-australiano.html

Abração...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Treinamento Intervalado de Alta Intensidade e o Coração



Conheço uma família já faz algum tempo...onde além de amigos...um dos componentes da família é meu colega de trabalho...outro é meu aluno...e outro já foi meu aluno...

Alguns meses atrás um dos componentes da família...o que não mais meu alunos, mas continua sendo meu amigo...teve um infarto agudo do miocárdio...passado todo o período hospitalar o médico lhe indicou a prática de caminhada...


Resolvi escrever essa postagem motivado pela intenção de passar a melhor informação possível sobre qual o tipo de exercício mais efetivo para ser executado por uma pessoa que já sofreu um infarto ou qualquer outro problema cardíaco...então vamos lá!


A revista Exame mostra um reportagem onde o exercício é confirmado como uma forma efetiva de tratamento para infarto...veja aqui...


Em outra reportagem que encontrei na internet...veja aqui...são recomendados exercícios aeróbicos de baixa intensidade, 30 minutos por sessão, 5 vezes por semana, já que que menos que isso os resultados não são efetivos...diz o médico consultado.


No site do ministério do esporte...veja aqui...encontrei um texto falando sobre a necessidade da realização de atividades leves, como caminhadas.


A reabilitação cardíaca através do exercício normalmente é feita através de treinamentos contínuos com intensidade entre 50-80% da capacidade aeróbica máxima, como é recomendado pelo College of Cardiology Foundation/American Heart Association. Porém esse tipo de treinamento gera alterações modestas no nível de saúde dos participantes envolvidos, como demonstram os resultados de um trabalho realizado em 2009 [veja aqui] ou é incapaz de gerar alterações significativas na mortalidade ou número de hospitalização de pacientes com Insuficiência Cardíaca [IC] [veja o trabalho que mostrou esses resultados aqui].


Quando foi estudado o efeito de 12 semanas de treinamento intervalado de alta intensidade [períodos de esforço de 4 minutos em intensidade de 90-95% da capacidade aeróbica máxima intercalados com períodos de repouso de 3 minutos] e comparado com o treinamento continuo, o treinamento intervalado de alta intensidade foi mais efetivo para melhora da capacidade aeróbica máxima [veja o trabalho aqui].


Uma questão importante que deve ser considerada é sabermos se o treinamento intervalado de alta intensidade é segura para pessoas com problemas cardíacos! Uma dica para a resposta dessa questão é o trabalho que vou citar a seguir.


Effect of acute high-intensity interval exercise on postexercise biventricular

function in mild heart failure [veja o artigo aqui]

Foram estudos 12 pacientes não-isquêmicos [sem obstrução das artérias coronárias] com insuficiência cardíaca média [ICM] que é uma condição em que o coração perde a capacidade de bombear sangue suficiente para os tecidos do corpo. Com pouco sangue sendo entregue, os órgãos e outros tecidos não recebem oxigênio  e nutrientes suficientes para funcionar corretamente.

Para determinar como o exercício intervalado de alta intensidade afeta o coração desses pacientes foi estudado, entre outras variáveis, o volume sistólico final.

Volume Sistólico Final [VSF] - Que é o volume de sangue que permanece no ventrículo após a sistole. Normalmente entre 50-60ml, podendo chegar a 10-30ml. Ventrículos são as câmaras do coração que ejetam o sangue para a circulação. Sistole é o momento de contração dos ventrículos que faz com que o sangue seja ejetado do coração. Assim quando maior for o VSF menor será a capacidade do coração de ejetar sangue, como acontece na IC.

Após a realização de exercício intervalado de alta intensidade essa e outras variáveis cardíacas não foram afetadas negativamente, fazendo com que os autores concluíssem que sob a supervisão adequada pacientes com IC podem realizar exercícios intervalados de alta intensidade, já que o mesmo apresenta melhores resultados do que o treinamento contínuo de intensidade fraca-moderada e pode ser seguro da mesma forma.

Assim...podemos dizer que pacientes em reabilitação cardíaca agora possuem uma alternativa mais efetiva de treinamento do que vinha sendo recomendado até agora.

Abraços...Carlinhos!




segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A melhor coisa que fiz para meus amigos e minha família!


Amigos e Familiares...já faz algum tempo que venho escrevendo sobre os equívocos de medicina e da nutrição em relação as recomendações sobre alimentação saudável...

Nos últimos tempos escrevi algumas postagens com o título "Os especialistas estão errados" e mostrei informações que sustentam essas idéias...

Agora recomendo que vocês vejam o vídeo legendado pelo Dr. José Carlos Souto...documentário da televisão Australiana mostrando toda as idéias que venho descrevendo nesse blog...

Quero publicamente agradecer ao Dr. Souto pela grande inciativa de traduzir o documentário...

Peço que todos leiam...tenho certeza que dar um conselho seja uma boa coisa...acabo de fazer uma boa coisa para vocês...

Abração...Carlinhos





































Jejum é bom ou ruim?

Olá Galera!

No dia 01 de outubro escrevi uma postagem sobre exercício e jejum [veja aqui]. Nela eu expliquei que é possível sim fazer exercício em jejum sem ter prejuízos, como hipoglicemia ou desmaios.

Hoje vou iniciar uma série de postagens sobre o tema jejum! Para começar resolvi testar a hipótese de que se eu fizesse exercícios em jejum eu não teria o mesmo rendimento, teria hipoglicemia ou iria desmaiar!

Antes de falar iniciar o experimento resolvi dar uma olhada em trabalhos que tivessem avaliado o desempenho em exercícios aeróbicos, anaeróbicos e de força em estados de jejum. Vamos ver três deles...

Running to maintain cardiovascular fitness is not limited by short-term fasting or enhanced by carbohydrate supplementation. Schisler JA, Ianuzzo CD. 2007 [veja aqui]
Neste estudo foi avaliado o desempenho em exercício aeróbico com intensidade de  70% VO2max por 90 min sob três condições nutricionais [alimentados, em jejum de 16 a 18 h e jejum mais CHO]. A sensação psicossomática , as alterações fisiológicas e metabólicas indicaram que o exercício aeróbico para mais de 90 min não é limitado pelo jejum de 16 a 18 h ou aprimorado por suplementação de carboidrato.

Influence of fasting on carbohydrate and fat metabolism during rest and exercise in men.
Knapik JJ, Meredith CN, Jones BH, Suek L, Young VR, Evans WJ. 1988 [veja aqui]
Neste trabalho os autores avaliaram a capacidade de exercício até a exaustão de 8 soldados após uma noite de jejum ou após 3 dias de jejum. Os resultados demonstraram que não houve diferença no desempenho após os períodos de jejum.

Influence of a 3.5 dau fast on physical peformance. Knapik JJ, Meredith CN, Evans WJ. 1987 [veja aqui]
Foi avaliada a influência de 3,5 dias de jejum sobre a força, desempenho aeróbico e anaeróbico de soldados. A comparação do desempenho em jejum com o desempenho em estado alimentado não apresentou nenhuma redução significativa.

Bem! Considerando essas informações resolvi testar o lance de fazer exercício em jejum. Comecei fazendo jejum de 5-7 horas antes do treinamento e mantive essa rotina por cerca de 4 semanas. Não percebi diferença no desempenho, não senti sinais de hipoglicemia ou desmaiei.

Depois disso. passei por uma período de 2 semanas fazendo jejum de 14-16 horas antes do treino. Não percebi diferença no desempenho, não senti sinais de hipoglicemia ou desmaiei.

Por fim, entre o dia 27 e 28/10 testei um período de jejum de 24 horas antes do treinamento. E como nas vezes anteriores não percebi diferença no desempenho, não senti sinais de hipoglicemia ou desmaiei.

Por fim! O resultado deste teste mostra que é possível fazer exercício em jejum!

Tá legal Carlinhos! Mas qual o motivo de fazer exercício em jejum? Essa é uma pergunta importante.

Segundo o autor Brad Pilon [www.eatstopeat.com] a realização de jejum pode trazer uma série de benefícios para a saúde, entre eles temos:

  • Diminuição da gordura corporal e peso corporal
  • Manutenção da massa muscular esquelética
  • Diminuição dos níveis de glicose no sangue
  • Diminuição dos níveis de insulina e aumento da sensibilidade à insulina
  • Aumento da oxidação de gordura
  • Diminuição da inflamação crônica sistêmica

Mas existem uma série de informações que nos levam a pensar no jejum como uma ação negativa, como:

  • Se você comer várias vezes por dia, você vai aumentar seu metabolismo
  • Coma várias refeições por dia para controlar sua fome
  • Coma várias pequenas refeições para manter seus níveis de glicose sanguínea
  • Jejum coloca o corpo em um estado de fome
  • É importante ingerir proteínas a cada 2-3 horas
  • Jejum causa perda de massa muscular
  • Jejum aumenta os níveis de cortisol [hormônio do "estresse"]
  • Se você treinar em jejum vai perder massa muscular
  • Não deixe de tomar café da manhã, é a refeição mais importante

Minha intenção é discutir esses temas em outras postagem!

Grande abraço....Carlinhos







quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Os especialistas estão errados III - Outro reforço!


Quando falo ou escrevo sobre os equívocos relacionados as recomendações nutricionais para emagrecimento o saúde sempre cito trabalhos científicos, postagens de outros blogs, artigos citando médicos com idéias como as minhas.

Muitas pessoas apresentam resistência com relação a essas idéias, principalmente quando a grande maioria dos médicos e nutricionistas possuem opiniões diferentes e também quando a recomendação oficial no nosso governo apoia os equívocos.

Bem agora para reforçar ainda mais a idéia de uma alimentação com baixa quantidade de carboidratos e maior quantidade de gordura, até mesmo a saturada, temos o posicionamento oficial do governo Sueco, através SBU [Conselho Sueco de Avaliação da Tecnologia de Saúde], que após fazer uma revisão de 16 mil trabalhos comparando dietas com pouco carboidratos e dietas com pouca gordura conclui que as dietas de baixo carboidrato e mair gordura são as mais efetivas para emagrecimento, diminuição do risco cardiovascular e saúde de forma geral.

Então...mais um reforço para as "idéias do maluco aqui"!!!

Abração...Carlinhos

Os Especialistas estão Errados II - Reforço de Peso!


Pessoal para reforçar as idéias que demonstrei na postagem Os Especialistas estão Errados!? sugiro que vocês leiam uma reportagem que saiu na Folha de São Paulo online onde o mais prestigiado cardiologista do Reino Unido, Assem Malhotra, diz que "...é hora de romper o mito do papel das gorduras saturadas nas doenças do coração que esteve presente na indicação dietética e nas recomendações nutricionais durante quase quatro décadas..."

Bem..parece que não só o maluco do Carlinhos que diz que os "especialistas estão errados"...

Abraços...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Dieta das Frutas

Recentemente uma leitora do blog...a Ana me fez a seguinte pergunta?
..." queria saber se você sabe se é possível ser saudável com a dieta feita pelo corredor Michael Arnstein [The Fratarian], ou se há evidências de prejuízos à saúde comendo-se apenas frutas e vegetais?..."

Achei a pergunta muito boa e resolvi responder como uma postagem...

Bem vamos ver o lado positivo deste tipo de alimentação...

Ela afasta as pessoas daquilo que não é comida de verdade, principalmente dos produtos industrializados, fazendo que a alimentação tenha bastante nutrientes e uma quantidade de carboidratos que pode ser bem menor do que aquela ingerida nas dietas tradicionalmente recomendadas.

Vamos ver o lado negativo...

Frutose em excesso esta associada com obesidade [veja aqui

Dietas baseadas em muitas frutas estão associadas com problemas de saúde, foi uma dieta desse tipo que levou o ator Ashton Kutcher ao hospital e foi a dieta que Steves Jobs fez por diversos anos antes de ser diagnosticado com câncer no pâncreas [veja mais aqui]  

Falta de gordura na dieta esta associada com dificuldade na absorção de vitaminas, depressão, redução do HDL e  descontrole do apetite [veja aqui

Bem...mas como será que M. Arnstein consegue ser magro? 
Isso provavelmente está relacionado com a sua pratica de exercícios, porém isso não significa que ele não possa ter problemas de saúde no futuro. Arthur De Vanny cita em seu livro o caso de uma grande remador americano que foi medalhista olímpico e tinha uma ingestão elevada de carboidratos. Alguns anos após parar de competir desenvolveu diabetes do tipo 2. Isso provavelmente aconteceu devido a sobrecarga sofrida pelo pâncreas durante anos de uma dieta rica em carboidratos. Será que isso não pode acontecer após  anos de uma dieta rica em frutose? Que também pode afetar o pâncreas.

Para finalizar...temos absoluta certeza que nossa espécie obteve sucesso do ponto de vista evolutivo...pois estamos aqui! Durante a maior parte da nossa evolução nós não tínhamos uma dieta onde comíamos somente de frutas e vegetais.

Importante frisar que eu aconselho somente pessoas obesas e diabéticas e reduzirem ou não consumirem frutas. Já pessoas saudáveis podem comer frutas sem problemas. Eu pessoalmente uso as frutas para ingerir carboidratos na minha refeição pós treinamento.

Abraços...
Carlinhos...

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Eu preciso comer 6 vezes por dia?

Essa é uma das recomendações mais citadas pelos nutricionistas quando falando de uma alimentação saudável. Essa recomendação é feita pois acredita-se que comendo mais vezes ao dia a pessoa terá uma aumento do metabolismo e dessa forma uma gasto maior de gordura corporal.

Porém quando buscamos o embasamento dessa recomendação na nossa evolução e na ciência baseada em evidência nós não a encontramos.

Nosso ancestral nem sempre pegava a caça ou encontra vegetais e raízes a "cada três horas", ficando algumas horas em jejum e provavelmente em alguns dias conseguisse fazer somente uma refeição.

A ciência baseada em evidência também não mostra que comer mais vezes seja mais vantajoso do comer menos vezes. Um trabalho publicado em fevereiro deste ano [veja aqui] mostrou que comer 6 vezes ao dia, quando comparado com comer 3 vezes, não aumenta o gasto de gordura em 24 horas e pode aumentar a fome e o desejo de comer.

Temos ai mais uma informação científica/evolutiva que não justifica as recomendações governamentais e dos especialistas.

Abração...
Carlinhos... 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Carboidratos e Cocaína!

Olá pessoal!

Leiam a reportagem que aparece no link abaixo...

http://oglobo.globo.com/blogs/pagenotfound/posts/2013/10/16/estudo-biscoito-recheado-oreo-tao-viciante-quanto-cocaina-512238.asp

É um estudo com ratos, o que apresenta algumas limitações, porém mostra um lado dos carboidratos que todos devem conhecer!

Existem uma diferença importante entre desejo e necessidade, leiam o excelente artigo do Dr. Souto citando o fisiologista Inglês John Yudkin e vocês vão entender essa diferença.

Abração
Carlinhos

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Os especialistas estão errados!?

Olá pessoal!

Recentemente encontrei na internet a declaração da  médica endocrinologista e presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia [SBEM] [para ver a matéria clique aqui] sobre óleo de coco e gordura. Abaixo reproduzo algumas partes.
“Não existe comprovação científica de que o óleo de coco emagreça ou traga esses benefícios prometidos. Muito pelo contrário, ele nada mais é do que gordura saturada, que aumenta muito os níveis de colesterol ruim no organismo, provoca aumento do nível de triglicerídeos, sobrepeso e pode trazer problemas cardiovasculares e sobrecarga hepática a quem ingerir em altas quantidades, explica a especialista."
Na realidade neste momento não quero falar sobre o óleo de coco. Quero falar sobre a colocação de que gordura e colesterol façam o risco cardiovascular aumentar!
Bem galera o que dizer sobre essas afirmações feitas por esta especialista médica? Afirmações que são reforçadas pela grande maioria dos médicos e nutricionistas e também pelo Ministério da Saúde [vejam aqui as recomendações sobre ingestão de gordura feitas pelo Guia Alimentar - Como ter uma alimentação saudável].

Na minha opinião a frase sobre esse tipo de informação é: "Essas afirmações estão equivocadas! A ciência e a evolução podem nos levar as informações corretas!"

Vou tentar explicar para vocês o meu ponto de vista!

Evolução

Vou repetir o que já disse em outra oportunidade (veja aqui). Nossos ancestrais passaram cerca de 390 mil anos com uma alimentação rica em alimentos de origem animal, inclusive gordura [saturada também], alimentação que não incluía grandes quantidades de carboidratos e os saudáveis pães 171 grãos, trigo e milho! Quando comparamos a saúde dos nossos ancestrais e de povos primitivos que vivem como eles com a nossa, sempre constatamos o seguinte: Eles eram [ancestral] e são [povos primitivos atuais] mais saudáveis do que nós em todos os aspectos relacionados com obesidade, problemas cardíacos, doenças degenerativas e etc.

Assim considerando a questão evolutiva as recomendações do Guia Alimentar do Ministério da Saúde, apresentadas abaixo, não possuem fundamentação.

"...inclua diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos como as batatas e raízes como a mandioca/macaxeira/aipim nas refeições. Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural..."

"...consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele das aves antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis..."

Isso acontece pois nossos ancestrais evoluíram sem seguir nenhuma dessas recomendações!

Essas recomendações também nos fazem ingerir mais grãos [integrais ou não], porém os grãos não saudáveis como normalmente nos dizem que são [leia porque aqui], além disso grãos e carboidratos estão associados com Parkinson e Demência [saiba mais aqui].

O que diz a ciência?

Vamos ver o que os trabalhos científicos mostram sobre o tema Gordura x Mortalidade.

Antes de mostrar os estudos para vocês, gostaria de explicar uma coisa sobre os tipos de trabalhos científicos. Podemos dividir os estudos em 3 tipos:

Estudos prospectivos de Coorte [Estudos observacionais]

Estes trabalhos se caracterizam por um grupo de indivíduos que têm em comum um conjunto de características e que são observados, sem intervenção, durante um período de tempo com o intuito de analisar a sua evolução. 

Pessoas com as mesmas caraterísticas e que não apresentam determinada doença são agrupadas em um conjunto de indivíduos [coorte]. O grupo é exposto ao fator ou aos fatores de risco por determinado tempo e então, avaliando o número de casos da doença pode-se determinar o risco relativo.

A principal vantagem deste tipo de trabalho é a sua capacidade de talvez ser a única forma de estudar a incidência e a história natural das doenças. Porém ele também apresenta uma grande limitação do ponto de vista científico que é o fato de que não se controlar diretamente a exposição ao fator de risco.

Estudos Experimentais Randomizados

Tipo de estudo experimental no qual os indivíduos são selecionados aleatoriamente para receber um dentre dois ou mais tipos de intervenções. Após o acompanhamento desses indivíduos por um período pré-estabelecido de tempo, as intervenções são comparadas entre si, através dos seus efeitos nos desfechos de saúde.

A grande vantagem deste tipo de estudo é que existe controle direto da exposição dos fatores de risco. Os estudos experimentais randomizados são superiores aos estudos observacionais do ponto de vista da hierarquia científica, ou seja sua informações possuem maior importância do que os estudos observacionais.

Meta-análise

Uso de técnicas estatísticas em uma revisão sistemática para integrar os resultados dos estudos incluídos, a fim de obter sínteses quantitativas sobre os efeitos das tecnologias em saúde que estão sendo avaliadas, de modo a reduzir a incerteza sobre seus benefícios e riscos.

As conclusões de uma meta-análise podem ser consideradas as informações padrão ouro da ciência médica e da saúde, pois possuem uma confiabilidade extremamente alta. Dessa forma do que diz respeito ao método científico as meta-análise fornecem as informações "cientificamente mais verdadeiras"

Podemos dizer que os estudos observacionais servem para levantarmos hipóteses sobre determinado ponto. 

Assim vou mostrar 3 estudos observacionais de coorte sobre gordura e doenças cardiovasculares...

The Nurse´s Health Study [referência]
Neste trabalho 80.000 enfermeiras entre 39 e 54 anos foram observadas durante 14 anos. Através de questionários foi avaliada a ingestão de gordura total, colesterol e gordura saturada.
Conclusão do trabalho fala que a substituição de gordura saturada e gordura trans por gordura monoinsaturada é mais efetiva para redução do risco de doenças cardiovascular do que a redução da quantidade de gordura total.

The Nurse´s Health Study - Diabetes Type 2 [referência]
Trabalho também feito entre enfermeiras, mas nesse caso foram selecionadas 5672 mulheres entre 30 e 55 anos portadoras de diates tipo 2. Através de questionários foi avaliada a ingestão de gordura saturada, colesterol e gordura total.
Os resultados levaram os autores a conclusão de que a ingestão elevada de gordura saturada e colesterol aumenta o risco de doenças cardiovasculares em mulheres diabéticas. E que a substituição de gordura saturada por gordura monoinsaturada é efetiva para diminuição do risco cardiovascular.

Swedish Women Health [referência]
Através de questionários foram avaliadas 43.396 mulheres entre 30-49 anos, por um período de 15 anos. Foram medidas a ingestão de gordura total, de gordura saturada e monoinsaturada, a ingestão de proteína e carboidratos.
A conclusão do trabalho foi de que a ingestão de dietas ricas em gordura e pobres em carboidratos eleva o risco de doenças cardiovasculares.   

Bem galera! É considerando estudos deste tipo que a maioria dos médicos, nutricionista e profissionais da saúde acreditam que gordura, principalmente a saturada seja ruim para a saúde. Porém é importante lembrar que estes tipos de estudos mostram uma correlação entre gordura e risco cardiovascular e não causa-efeito. Nestes trabalhos uma série de outras variáveis estão presentes, como tabagismo, obesidade e diabetes e como já foi dito neste tipo de estudo não é possível controlar diretamente todos os fatores.

Ponto importante 1: Quando lemos conclusões como essas o que realmente deveria ser dito é: Certo existe uma correlação entre gordura e risco cardiovascular, agora devemos fazer estudos experimentais [onde podemos controlar os fatores de risco] e ai avaliar com exatidão se existe causa e efeito.

Bem! Vejamos então 3 estudos experimentais randomizados...

MRFIT - Multiple Risk Factor intervation Trial [referência]
Este trabalho avaliou a mortalidade entre dois grupos, um deles com uma dieta com redução da gordura saturada para 10% das caloiras totais, menos de 300mg de colesterol ingerido e um aumento para 10% das calorias das gorduras poliinsaturadas [exemplo: omega 3 e 6]. O outro grupo foi orientado a manter a sua dieta normal. 
Após 7 anos de estudo foram avaliados 12866 homens com alto risco cardiovascular e os resultados não mostraram diferença na mortalidade entre os dois grupos.

WHI - Women's Health Initiative [referência]
Este estudo teve o objetivo de avaliar se uma redução na ingestão de gordura, aumento da ingestão de frutas poderia reduzir o risco de câncer de mama e doenças cardiovasculares.
48835 mulheres ente 50-79 anos foram dividas aleatoriamente em um dos dois grupos [dieta normal o dieta co redução de gordura].
Após 8 anos não houve redução significativa no número de casos de problemas cardiovasculares, derrames, ou câncer.

Dieta Mediterrânea [referência]
Foram avaliadas 7447 pessoas entre 55 e 80 anos e 57% eram mulheres. O Objetivo foi avaliar as alterações de redução da gordura na prevenção de doenças cardiovasculares.
As pessoas foram divididas em 3 grupos, um com dieta mediterrânea rica em azeite de oliva, outro com dieta mediterrânea rica em nozes, castanhas e amêndoas e um terceiro grupo que teve uma dieta reduzida em gordura.
O grupo com dieta reduzida em gordura recebeu orientações como:
  • Ingerir no máximo 1 colher de azeite de oliva por dia
  • Ingerir nozes no máximo 1 vez por semana
  • Comer carne 1 vez por semana
  • Sempre retirar a gordura aparente da carne ou sopas
O estudo foi encerrado com cerca de 5 anos pois as pessoas do grupo de redução de gordura na dieta estavam morrendo cerca de 30% mais do que os outros dois grupos.
No gráfico abaixo a linha preta representa a mortalidade da dieta com redução da gordura. A mesma dieta recomendada pelo Ministério de Saúde.



Ponto importante 2: A informação fornecida por três importantes estudos experimentais randomizados é de que não é possível afirmar que comer mais gordura aumenta os riscos de doenças cardiovasculares ou que comer menos gordura diminui o risco de doenças cardiovasculares. Em um deles os resultados mostram que comer menos gordura aumenta o risco de morte em 30%.

Tá legal Carlinhos! Mas vocês mostrou somente 3 estudos, será que não existe estudos randomizados que mostrem que comer gordura faz mal para saúde? 

Bem para solucionar esse problema o lance é olharmos as informações e resultados das meta-análises, que são os trabalhos que incluem um série de estudos do mesmo tipo, aplicam uma nova estatística e então nos fornecem dados bastante confiáveis.

Vamos ver as meta-análises...

Cochrane Fat Study [referência]
Para este trabalho foram selecionados 27 estudos experimentais randomizados envolvendo um total de 30.900 pessoas. 
Os resultados demonstraram que a redução da quantidade total de gordura não teve nenhum efeito sobre a mortalidade total. Que a redução da mortalidade cardiovascular não apresentou nenhuma associação com a redução da gordura e que a redução da gordura na dieta apresentou uma associação fraca com a redução da gordura na dieta.
Nas palavras dos autores: "Existe pouco efeito sobre a mortalidade total. Apesar de décadas de esforço e milhares de pessoas estudadas, ainda há apenas evidências limitadas e inconclusivas dos efeitos da modificação do total, saturados, monoinsaturados ou polinsaturados gorduras sobre a morbidade e mortalidade cardiovascular."

Satured Fat Study [referência]
O objetivo desta meta-análise foi para resumir a evidência relacionada com a associação de gordura saturada na dieta com risco de doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral e doenças cardiovasculares em estudos prospectivos de coorte [observacionais].
Foram selecionados 21 estudos que tiveram duração de 5-23 anos envolvendo 347.747 pessoas.
Na conclusão do trabalho os autores dizem: "Esta meta-análise de estudos epidemiológicos prospectivos demonstraram que não existe qualquer evidência significativa para concluir que a gordura saturada na dieta está associada com um risco aumentado de doenças coronarianas ou derrame."

Bem! Após analisarmos as informações científicas apresentadas imagino que podemos chegar a conclusão de que a redução da gordura da dieta [gordura total e também a saturada] para diminuição da mortalidade cardiovascular não pode ser considerada como "cientificamente fundamentada". Sendo assim os médicos e nutricionistas que afirmam que reduzir a gordura da dieta sejam fundamental para saúde e emagrecimento [veremos isso mais tarde] o fazem baseando suas afirmações em "fundamentos científicos fracos" normalmente considerando trabalhos de menor relevância do ponto de vistas da hierarquia das evidências científicas.

Considerando a hierarquia das evidências científicas...

...resultados de estudos observacionais de coorte têm menor relevância do que os resultados de estudos experimentais randomizados...resultados de estudos experimentais randomizados têm menor relevância do que os resultados de meta-análise...   

...chegamos a conclusão de que reduzir a gordura da dieta não vai tornar você mais saudável ou diminuir a chance de você morrer de infarto, derrame ou outra doença cardiovascular!


Colesterol

A maioria dos profissionais da saúde e maioria das pessoas leigas relacionam colesterol com aumento da mortalidade cardiovascular. Vamos ver o que a ciência diz sobre isso.

Um dos estudos mais famosos sobre colesterol iniciou a cerca de 60 anos nos EUA, até hoje a mesma população de 5209 homens é avaliada a cada 2 ou 4 anos para determinar os fatores de risco relacionados com doenças cardíacas e derrame. Este estudo se chama Fragminham (uma cidade dos EUA). Vou apresentar para vocês o gráfico que que mostra os níveis de colesterol dos cardiopatas [CHD] e não-cardiopatas [non-CHD].



Notem que tanto os cardiopatas e não-cardiopatas representam o mesmo percentual da população até os níveis de 290 do colesterol, somente com um colesterol maior do que 290 é que o percentual da população cardiopata aumenta em relação aos não-cardiopatas. Outra informação importante a média da população [cerca de 35%, cardiopata ou não] apresenta um colesterol de 220. Ou seja, se seu colesterol for menor que 290 a suas chances de ser cardiopata ou não são as mesmas.

A única coisa que temos certeza, e isso independe do seu nível de conhecimento sobre medicina, é que um dia nós vamos morrer. Então uma coisa importante a ser avaliada em um estudo científico é a mortalidade total. Veja no gráfico abaixo  qual a relação entre colesterol e mortalidade total (referência do gráfico aqui).



A linha azul representa a mortalidade total [por todas as causas], a linha inferior [horizontal] do gráfico representa o nível de colesterol [quanto mais para direita, mais colesterol]. Analisando a curva da linha azul veremos que:
  • Quanto o nível de colesterol é de 150 mg/dl o número de mortes [por todas as causas] é de 2400 para cada 100.000 pessoas.
  • O menor número de mortes para cada 100.00 pessoas [600] acontece quando o colesterol é de 220 mg/dl.
  • A faixa de menor mortalidade varia entre 200 e 240 mg/dl.
  • O número de mortes somente passa a aumentar quando o nível de colesterol é maior do que 240 mg/dl. Mas mesmo assim ainda é um pouco menos do que 50% do número de mortes para quando o nível de colesterol é de 150 mg/dl.
  • O mesmo tipo de comportamento do número de mortes e nível de colesterol pode ser observado para os diferentes tipo de causa de mortes.
Considerando os dados do estudo do gráfico que envolveu 164 países e foi realizado em 2005, podemos concluir que  ter um colesterol menor do que do que 200 aumenta a nossa chance de morte por todas as causas, além de aumentar o risco de doenças infecciosas e da mortalidade cardiovascular.

Beleza Carlinhos, mas os médicos estão falando sobre o colesterol ruim, é ele que pode aumentar com a ingestão de gordura saturada! Bem sobre o que normalmente a comunidade médica diz sobre o colesterol vou sugerir que vocês leiam a postagem do Dr. Souto [Conflito de Interesse] onde ele explica o grau extremo com que os vultuosos interesses financeiros contaminam de forma decisiva (e infundada) as diretrizes que estabelecem que o colesterol "normal" seja abaixo de 200 e o LDL abaixo de 130 (ou 100, ou mesmo 70 como se fala agora!). Leiam lá!

Emagrecimento

Certo! Tudo bem! A dieta com redução da gordura não vai diminuir nossa chance de morrer do coração, mas com certeza vai nos ajudar a emagrecer, certo Carlinhos? Errado! 

Uma dieta com menos gordura significa uma dieta com mais carboidratos e são os carboidratos os responsáveis por ativarem um sistema hormonal formador de gordura corporal, chamado de lipogênese. Para saber mais clique aqui. Mas por experiência pessoal posso garantir que se você quer emagrecer coma mais gordura netural dos alimentos e menos carboidratos, caso vocês queiram realmente entender o que nos faz engordar leiam Why We Get Fat do Gary Taubes, um dos melhores livros escritos sobre esse tema.

Vou mostrar para vocês um estudo randomizado que comparou diferentes dietas...

The A to Z Wieght Loss Study : A Randomized Trial [referência]
Este trabalho teve como objetivo comparar 4 diferentes dietas em relação a perda de peso e variáveis metabólicas.
Foram comparadas as seguintes dietas Atkins [conheça dieta aqui] , Zone [conheça dieta aqui], Ornish [conheça dieta aqui] e LEARN [conheça dieta aqui]. A diferença básica entre as dietas foi o percentual dos macronutrientes que compunham cada uma. A composição percentual média de cada dieta foi:

  • Atkins    = Carboidratos 27,2%; Proteínas 23,5%; Gordura total 48,6%; Gordura Saturada 28,6%
  • Zone      = Carboidratos 43,7%; Proteínas 21,2%; Gordura total 35,0%; Gordura Saturada 20,5%
  • LEARN   = Carboidratos 48,2%; Proteínas 19,0%; Gordura total 31,5%; Gordura Saturada 18,6%
  • Ornish   = Carboidratos 56,3%; Proteínas 17,8%; Gordura total 26,4%; Gordura Saturada 14,5%

Durante 12 meses foram avaliadas 311 pessoas distribuídas em 4 grupos cada um representando uma dieta. Neste período foram mensuradas variáveis antropométricas e variáveis relacionadas com fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Os resultados mostraram que a dieta Atkins gerou uma redução de peso de 4,7kg, a dieta Zone 1,6kg, a dieta LEARN 2,6kg e a dieta Ornish 2,2kg. Do ponto de vista estatístico não houve diferença na perda de peso entre as dieta Zone, LEARN e Ornish, porém a redução de peso gerada pela dieta Atkins foi significativa quando comparada com as outras dietas.
No que diz respeito as alterações dos fatores de risco para doenças cardiovasculares foram comparáveis ou mais favoráveis do que as outras 3 dietas.
Considerando os resultados é possível  concluir que mulheres na menopausa com sobrepeso ou obesidade seguindo a dieta Atkins, que reduz significativamente a quantidade de carboidratos, perdem mais peso e apresentam alterações mais favoráveis dos fatores de risco para doenças cardiovasculares em período de 12 meses que as mulheres que seguem dietas onde o calor percentual de carboidratos é maior do que 40%. 

Além disso estes resultados fortalecem as afirmações anteriores sobre a ingestão de gordura saturada e gordura total e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, já que a dieta Atkins apresentou os maiores valores para essas duas variáveis.

Outro  ponto importante deste trabalho é que a ingestão de proteínas nas 3 dietas não foi diferente, mostrando que chamar as dietas com pouco carboidrato de dietas da proteína não faz sentido, faz sentido chamá-las de dietas da gordura!

Vamos ver o que uma meta-analise sobre a ingestão de carboidratos pode nos dizer sobre o tema carboidratos e emagrecer!

Effects of Variation in Protein e Carbohydrates Intake [referência
Neste trabalho foram analisadas 87 estudos que controlaram a ingestão de carboidratos e proteínas e avaliaram a alteração do peso e da composição corporal durante períodos de restrição calórica.
Os resultados mostraram que dietas em que o percentual de ingestão de carboidratos variou entre 35% e 41% apresentaram efeitos mais representativos no peso e na composição corporal [percentual de gordura e massa muscular] do que dietas com valores percentuais de carboidratos maiores do que 41% independente da restrição calórica. 

Assim podemos dizer que não faz diferença o quanto vocês comem, o importante é o que vocês comem!

Tá legal! Escrevi um monte nesta postagem...mas acho que foi necessário! Posso finalizar dizendo que infelizmente a grande maioria dos especialistas da área da saúde estão cometendo equívocos ao analisar as causas das doenças cardiovasculares, obesidade e uma série de outras doenças degenerativas e inflamatórias que acometem as civilizações modernas. Fazendo com que, através da mídia e das informações governamentais, conceitos errados sobre alimentação, exercício e saúde sejam divulgados para população brasileira e mundial!

Abraço...Carlinhos!