quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

É sempre o mesmo papo!

Galera! Toda vez que se fala em comer menos carboidratos e mais gorduras e algumas vezes mais proteínas, sempre surge o mesmo papo:
- Esse tipo de dieta vai trazer prejuízos para a saúde!

E o pior de tudo que as pessoas que dizem isso são muitas vezes os profissionais da saúde. E na grande maioria das vezes dizem isso na mídia e são "vistos e ouvidos" por milhares de pessoas.

No site de globo.com você pode encontrar informações como essas! Veja aqui e aqui.

O Dr. José Carlos Souto publicou no dia de ontem um texto sobre dietas lowcarb e a saúde do fígado. Nesse texto ele explica que foi até o Pubmed [link aqui] que é o maior banco de dados sobre trabalhos científicos na área da saúde. Lá fez uma grande pesquisa e não encontrou nenhum trabalho que tenha concluído que uma dieta com pouco carboidrato e mais gordura e/ou proteína possa prejuízos ao fígado!

Pelo contrario se fosse quiser ter um fígado saudável deve comer menos carboidratos e mais gordura natural dos alimentos [carnes, ovos, azeite de oliva e óleo de coco] e evitar os óleos produzidos com sementes como óleo de soja e milho.

Eu poderia reproduzir muitas partes do texto do Dr. Souto, mas isso não faz sentido quando é possível ler um texto bem escrito sobre o tema e que apresenta uma fundamentação em Ciência Baseada em Evidências extremamente forte.

Então! Meu recado de hoje é que vocês deve ler o esse no link abaixo:
http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/2013/12/o-figado.html

Abraços...
Carlinhos...

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Postagem de Natal

Com as festas de final de ano pode surgir a preocupação de como comer e manter a linha lowcarb.

Para ajudar nessa questão vou indicar a leitura da última postagem do blog da Polyana Freitas, www.nutridaspanelas.blogspot.com.br.

Lá vocês vão encontrar uma grande idéia para a ceia de natal e com certeza ela deve postar algo para o dia 31.



Desejo um Feliz Natal e um Grande Ano Nova para todos.
Carlinhos

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Dieta Lowcarb e a Ciência Baseada em Evidência



Seguidamente vocês leem nas minhas postagens a expressão Ciência Baseada em Evidência [quer saber mais clique aqui].

Quando leio ou escuto médicos e outros profissionais falando sobre uma dieta com pouco carboidrato e mais gordura, é sempre o mesmo papo:
- Essa dieta pode até reduzir seu peso, mas não tem embasamento cientifico e pode te trazer prejuízos para a saúde.

Se vocês pedirem para esses profissionais da saúde mostrarem os trabalhos científicos que comprovam essas afirmações, sabem o que vai acontecer? Eles não vão conseguir sustentar suas afirmações.

Quando digo que a dieta lowcarb é uma alternativa efetiva para emagrecimento e saúde faço isso baseado em ciência. 

Hoje vou indicar um link com cerca de 80 trabalhos científicos sobre dieta lowcarb! Nesse link vocês vão encontrar um arquivo PDF com um resumo desses 80 trabalhos. Se vocês quiserem podem procurar pelo nome do autor, revista e ano de publicação mais informações sobre cada um dos trabalhos no seguinte link.

Abraços
Carlinhos

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Colesterol!

Se perguntarmos para maioria dos médicos qual deve ser o valor do LDL (colesterol ruim), vamos receber a seguinte informação:
- Deve ser menor do que 100-130mg/DL, dessa forma seu risco para doenças cardiovasculares será menor.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia, recentemente, recomendou que o valor máximo do LDL deveria ser de no máximo 70 mg/dl (veja aqui).

Bem isso é verdadeiro! Por que um estudo publicado em 2009 (1), que avaliou o nível de colesterol LDL dos pacientes hospitalizados entre o ano 2000 e 2006 em 541 hospitais americanos, totalizando quase 232 mil hospitalizações por doenças cardiovasculares, demonstrou que quase 50% dos pacientes tinham LDL <100mg/DL. Mostrou também que 18% dos pacientes tinham LDL <70mg/DL.

Se você quer entender melhor essa fixação dos médicos por reduzir o colesterol LDL e em combater as dietas com redução dos carboidratos e aumento das gorduras, leia o texto escrito pelo Dr. José Carlos Souto chamado O martelo e o prego.

Abraços
Carlinhos


Referência:
1.http://epadruginitiative.com/files/Get_With_The_Guidelines_2009.pdf



segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Alimentação de Crianças e Adolescentes

Como pai não faria o menor sentido escrever um blog sobre treinamento e alimentação, e não escrever sobre esses temas relacionados com as crianças. Na postagem anterior escrevi sobre minha preocupação com a alimentação das crianças. Resolvi ir um puco mais fundo nesse tema.

As recomendações nutricionais do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde [1] para crianças em idade pré-escolar são:
  1. Procure oferecer alimentos de diferentes grupos, distribuindo-os em pelo menos três refeições e dois lanches por dia.
  2. Inclua diariamente alimentos como cereais (arroz, milho), tubérculos (batatas), raízes (mandioca/macaxeira/ aipim), pães e massas, distribuindo esses alimentos nas 
  3. refeições e lanches ao longo do dia.
  4. Procure oferecer diariamente legumes e verduras como parte das refeições da criança. As frutas podem ser  distribuídas nas refeições, sobremesas e lanches.
  5. Ofereça feijão com arroz todos os dias, ou no mínimo  cinco vezes por semana.
  6. Ofereça diariamente leite e derivados, como queijo e  iogurte, nos lanches, e carnes, aves, peixes ou ovos na  refeição principal.
  7. Alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados; prefira alimentos assados, grelhados ou cozidos. 
  8. Evite oferecer refrigerantes e sucos industrializados, balas, bombons, biscoitos doces e recheados, salgadinhos e outras guloseimas no dia a dia.
  9. Diminua a quantidade de sal na comida.
  10. Estimule a criança a beber bastante água e sucos naturais de frutas durante o dia, de preferência nos intervalos das refeições, para manter a hidratação e a saúde do corpo.
Para os adolescentes as recomendações nutricionais [1] são:
  1. Realizar 5 a 6 refeições diárias (café-da-manhã, almoço e jantar, e lanches nos intervalos).
  2. Preferir proteínas de alto valor biológico (carnes, ovos, leite e derivados).
  3. Estimular o consumo de peixes marinhos duas vezes por semana.
  4. Evitar açúcares simples, dando preferência aos complexos 
  5. (ricos em fibras).
  6. Evitar gorduras saturadas e colesterol (menos de 2% de gorduras trans).
  7. Controlar a ingestão de sal (menos de 6g/dia).
  8. Evitar refrigerantes.
  9. Ingerir frutas, verduras e legumes (mais de cinco porções/dia).
  10. Evitar trocas de refeições por lanches
O mesmo documento [1] mostra um quadro sobre o número de porções recomendadas de cada tipo de alimentos para cada faixa etária.



No paradigma dominante da saúde e da nutrição todas essas recomendações parecem coerentes e difíceis de serem questionadas. Concordo que refrigerantes e açúcar devem ser evitados, assim como os sucos e bebidas lácteas industrializadas, veja aqui por quê. 

Mas o conceito de que gordura é prejudicial para a saúde e o saudável é uma ingestão de até 9 porções de carboidratos [preferencialmente integrais] não é sustentado quando fazemos uma abordagem evolutiva usando a ciência baseada em evidência para determinar quais as informações são as "mais verdadeiras".

Os equívocos científicos que levaram  a associação entre gordura e riscos a saúde podem ser vistos em Alimentação III e os trabalhos científicos [que geram evidências de grande valor] que mostram não haver relação entre a ingestão de gordura e prejuízos para a saúde pode ser visto em Alimentação IV.

As informações científicas que demonstram não haver relação entre ingestão de gordura total e gordura saturada com doenças cardiovasculares são cada vez maiores [2, 3, 4, 5 e 6]. Um bom resumo dessas informações pode ser visto em um documentário da TV Australiana, que foi realizado em dois episódios [veja a parte 1 aqui e a 2 aqui].

Outra questão importante é a preocupação com a ingestão elevada de proteínas. Mas como no caso da ingestão de gordura a ciência já demonstrou que uma dieta rica em proteínas não aumenta os riscos de osteoporose [7] ou de problemas renais [8,9,10,11,12].

Todas as informações citadas anteriormente são de trabalhos científicos feitos com adultos, infelizmente não temos muitos trabalhos feitos com crianças, vamos dois...

Este primeiro estudo [13] foi realizado para avaliar o modo como as dietas com baixa quantidade de carboidrato afetam os macronutrientes e sua relação com à saúde. Foram avaliadas 5.194 jovens entre 12 a 18 anos de idade. Os dados dietéticos foram coletados através de um questionário de freqüência alimentar. Dietas pobres em carboidratos com redução na ingestão de legumes e frutas, um maior consumo de carne e gorduras,  menor ingestão de vitamina C e fibras. A dieta pobre em carboidratos também foi associada com tabagismo e uso de álcool. Os autores concluíram que dietas de baixo carboidrato podem ter um impacto negativo sobre a saúde a curto e longo prazo.

Lendo os resultados e conclusões do estudo citado, em um primeiro momento podemos pensar que dietas com menos carboidratos e mais gorduras são ruins para crianças e adolescentes. Porém é vital considerarmos que o trabalho citado é um estudo observacional e seus resultados somente podem mostrar correlação e não causa e efeito [leia mais sobre isso em ciência baseada em evidência]. No máximo esse trabalho pode gerar a formulação de hipóteses que necessitam serem testadas com trabalhos experimentais [leia mais sobre isso em ciência baseada em evidência].

Quando a dieta de baixo teor de carboidratos foi avaliada através de um estudo experimental [14] não foi possível determinar que essa fosse prejudicial. O estudo [14] teve o objetivo de comparar os efeitos de uma dieta pobre em carboidratos [LC] com os de uma dieta com baixo teor de gordura [LF] na perda de peso e perfil lipídico em adolescentes com excesso de peso e teve duração de 12 semanas. O grupo de estudo LC [16 jovens] foi instruído a consumir < 40 g de carboidratos por dia e comer alimentos de acordo com a fome. O grupo controle LF [14 jovens] foi instruído a consumir < 30% da energia em gordura. A composição da dieta e peso foram monitorados e registrados a cada 2 semanas. Perfis de lípidos obtidos no início do estudo e ao fim de 12 semanas. O grupo LC perdeu mais peso [média de 10 kg vs 4 kg] e não foram observados efeitos adversos sobre o perfil lipídico dos participantes em ambos os grupos. os autores concluíram que uma dieta LC parece ser um método eficaz para a perda de peso a curto prazo em adolescentes com excesso de peso e não prejudica o perfil lipídico.

O conceito que gordura é causa dos problemas cardiovasculares esta, ainda, tão fixo na mente dos médicos e profissionais da saúde que quando são realizados estudos observacionais sobre o tema, a variável escolhida para ser medida sempre é a ingestão de gordura e não a ingestão de carboidratos e alimentos industrializados. Foi isso que aconteceu em 1998 em um estudo [15] chamado Bogalusa Heart Study que relacionou a ingestão de gordura total e gordura saturada com obesidade infantil e aumento do risco de aterosclerose.

Por essa abordagem equivocada de não avaliar os efeitos da ingestão excessiva de carboidratos sobre os riscos cardiovasculares é que as pessoas recebem as recomendações de ingerir mais carboidratos e menos gordura. Infelizmente isso faz com que a grande maioria dos pais alimentem seus filhos de uma forma que pode levá-los a ter problemas de saúde.

Quero escrever mais sobre esse tema, pois acredito ser de vital importância.

Abraços...Carlinhos


Referências:
  1. ftp://ftp.medicina.ufmg.br/observaped/cartilhas/Cartilha_Orientacao_Nutricional_12_03_13.pdf
  2. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=377969
  3. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=202339
  4. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1200303
  5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11282859
  6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Meta-analysis+of+prospective+cohort+studies+evaluating+the+association+of+saturated+fat+with+cardiovascular+disease
  7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16718399
  8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1262767/pdf/1743-7075-2-25.pdf
  9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10578207
  10. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2631482/pdf/1550-2783-6-3.pdf
  11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20338292
  12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3023677/pdf/1475-2891-9-72.pdf
  13. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16256764
  14. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12640371
  15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9860370

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Sou um bom pai?


As vezes após pegar minha minha filha e meu filho na escolinha os levo para pracinha que fica em frente. Lá brincam com os coleguinhas e outras crianças. Nos dias de calor os carrinhos de pipocas e picolé são presenças confirmadas. Percebo que todos os dias (que eu vou na praça) os pais compram picolés para as crianças, crianças de diferentes idades.

Fico pensando se eu sou um pai ruim!? Pois todos os dias na praça explico meus filhos quais são os problemas da ingestão desse tipo "alimentos" e não compro! Enquanto os outros pais fazem a "alegria de seus filhos" comprando um Chicabom.

Apesar do que muitas pessoas pensam, uma dieta LCHF (pouco carboidrato e mais gordura) é bastante benéfica para as crianças. Isso acontece pois todos os benefícios fornecidos por esse tipo de alimentação para os adultos também serão aproveitados pelas crianças.

A obesidade infantil já um problema real no Brasil e no mundo, e as causas são as mesmas que as da obesidade em adultos e adolescentes. Excesso de carboidratos e alimentos industrializados.

Ainda bem que uma série de profissionais da saúde já se deram conta disso e passaram a recomendar uma dieta LCFH também para as crianças, um exemplo é o Dr Brad Hoopingarner que tem um blog sobre o tema.

A questão importante é que os pais não recebem as informações corretas sobre alimentação e dessa forma são levados a cometer erros em sua alimentação e também na dos filhos.

Mas não é possível cobrar somente dos pais o conhecimento sobre como alimentar seus filhos. Isso porque a maioria dos nutricionistas das escolinhas ainda estão regendo suas atitudes profissionais no paradigma equivocado de que gordura é ruim e os carboidratos integrais são saudáveis.

Espero que esses profissionais da saúde logo busquem através do conhecimento científico as informações corretas sobre alimentação.

 Abraços...Carlinhos